14 de novembro de 2010

Sensações...



"Afinal de contas
O que nos trouxe até aqui, medo ou coragem?
Talvez nenhum dos dois
Sopra o vento da paz pela praça
E já foi... já foi
Por acaso eu fui à luta... eu quis pagar pra ver"
(Engenheiros do Hawaii)



Sensações...

Nestes últimos dois meses longe de casa tenho vivido as mais diferentes sensações...

Aquele "aperto no peito", quando embarquei no avião para vir à Lisboa...e deixei para trás meu mundo para descobrir O mundo.

"Aperto no peito" que também traduz a SAUDADE, quando ela bate no almoço de domingo, em que desejo tanto o churrasco feito por meu pai...ou então nas noites de bar e balada em que certamente a presença dos meus amigos de lá faria a total diferença... naquelas horinhas em que só a presença materna e fraterna seria capaz de amenizar a nostalgia e a tristeza (momentânea, ressalto!).

A sensação de estranhamento, de surpresa e admiração que cada lugar novo que eu conheço provoca.
Chegar em Lisboa a dois meses atrás e não saber usar o metro, o autocarro, pedir "meia de leite" ou "abatanado" e agora isso ser absolutamente normal... Ir ao Porto e a Madrid e me sentir completamente perdida e com a mesma sensação de dois meses atrás... "não pertenço a este lugar!"... e, ao mesmo tempo, sentir uma alegria imensa ao ver os lugares mais belos, o ar europeu, o frio, os pontos turísticos até então vistos apenas na televisão ou na internet e que, antes, tão distantes, agora estão à frente dos meus olhos.

"O friozinho na barriga" provocado por uma situação qualquer cheia de expectativas...seja uma viagem, a ida a um bar, a apresentação em sala de aula, o desejo de estar com alguém, a necessidade de olhar aquela pessoa que tanto se quer, a imaginação que muitas vezes é f*** e está longe, sonhando, querendo, beijando... aquela sensação de nervosismo e ansiedade que eu explicito melhor como "BORBOLETAS NA BARRIGA".


A simples e, ao mesmo tempo, complexa sensação da DÚVIDA, que constantemente passeia pela minha cabeça: "será que fiz certo? Será que este era o momento? Será que ele mentiu? Será que ele pensa em mim? Como será quando eu voltar? Vou voltar? Vou conseguir?" Minha sorte é que o Aristóteles já dizia que a dúvida é o princípio da sabedoria, hehe.


Mas se eu tivesse que traduzir todos as sensações e sentimentos em um só, eu diria FELICIDADE. Aquela felicidade construída e buscada diariamente, quando realizo um desejo, como uma delícia portuguesa, cozinho uma comidinha caseira, bebo um vinho barato com minha amiga e companhia de aventura Camila, quando conheço um lugar novo ou volto a apreciar um lugar conhecido com outro olhar e vejo as fotos maravilhosas depois, quando não consigo segurar a risada/sorriso/gargalhada que determinada situação proporciona, quando preciso comentar "olha que gato, Camilaaaa!" e ela simplesmente me repreende e rimos, só rimos!
A felicidade das pequenas coisas...daquelas que só se percebe o quanto nos faz feliz quando não temos ao nosso lado nossos maiores motivos de felicidade, que são nossos amores, amigos e famílias... daí passamos a dar valor a coisas mais simples, do cotidiano.
Felicidade de realizar um sonho! Um sonho compartilhado pelas pessoas queridas da minha vida.

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