31 de agosto de 2011

Depressão pós-Erasmus

Em determinado dia, me deparei com a seguinte expressão: DEPRESSÃO PÓS-ERASMUS. Fiquei atônita e preocupada com a possibilidade dela realmente existir.
Naquele momento ainda não era hora de pensar nisso, afinal eu estava começando meu Erasmus e o tal pós-Erasmus se daria dali a alguns meses.
Porém, mesmo não devendo pensar nela, ela me acompanhava internamente e já me fazia sentir medo, pois eu estava vivendo um momento tão sonhado e que estava sendo maravilhoso, era óbvio que o término disto me provocaria mudanças e sentimentos desconhecidos (ou nem tanto).


Explicando melhor...
Sair do interior de Vera Cruz, uma cidadezinha no interior do Rio Grande do Sul (que por si só já é considerado longe pra caramba do restante do Brasil) para uma cidade capital, Lisboa, é, no mínimo, uma mudança radical, brusca, porém que a mim não gerou um choque cultural (comum a muitas pessoas), talvez por eu estar desejando tanto esta mudança e esta experiência.
Lisboa é uma cidade apaixonante, nem eu mesmo imaginava que teria momentos tão felizes por lá. Sem dúvida alguma, foi a melhor época da minha vida (até agora!)
Hoje estou em Santa Cruz do Sul, onde moro e estudo. Uma cidadezinha com suas belezas, mas incomparável à Lisboa. Atenção! Não que eu não goste daqui, não me julgue ingrata ou arrogante, a questão é outra... é coisa de encontros, lugares, paixões, pessoas... Me sentia muito mais "eu".
Agora sinto que ainda estou em um período de adaptação. Talvez somente agora, 1 mês depois, estou sentindo a tal DEPRESSÃO PÓS-ERASMUS, onde tudo me lembra e me faz sentir saudade, onde não me sinto pertencente à determinadas posturas e práticas daqui, onde a futilidade é tão mais perceptível, onde a superficialidade predomina as tantas relações... onde o sertanejo universitário insiste em penetrar em meus ouvidos (=P)...


Ah, depressão pós-Erasmus "se faz favor" de sair deste corpo que não te pertence?
(hehe)


Enfim, ela existe e só pode ser minimamente compreendida por quem viveu algo parecido. Para outras pessoas, pode parecer um simples "chororô", ou então, um "nada". 
E aí, um dos males... a incompreensão!


*Escrevi este texto no dia 21 de agosto, 1 mês após voltar de Lisboa, do meu intercâmbio acadêmico.
*Eu diria que hoje, 31 de agosto, estou minimamente com o coração mais em paz.

7 de agosto de 2011

Portugal (não) é logo ali

Depois de pouco mais de duas semanas em solo brasileiro, acho que somente agora começa a "cair a ficha" de que Portugal não é logo ali.
Até então estava dizendo e pensando: "estou bem", "é estranho, mas me acostumo", "é bom voltar".
Agora o que vem na minha cabeça é: "está difícil", "sinto saudades", "quero voltar".
Sinto que até então eu estava, de certa forma, anestesiada pelas emoções de reencontros, e que de repente, começo a me sentir perdida e muito diferente dos demais. 
E este misto de sentimentos presentes neste momento tem me deixado confusa. Afinal, além de todas as mudanças óbvias, há todas aquelas internas, de pensamentos, posicionamentos, gostos, vivências. Há um corpo num velho/novo lugar. Mas há pensamentos do outro lado do oceano. E um coração vagando por aí, necessitado de ser achado.


(Museu do Fado - 20 de julho de 2011)