Naquele momento ainda não era hora de pensar nisso, afinal eu estava começando meu Erasmus e o tal pós-Erasmus se daria dali a alguns meses.
Porém, mesmo não devendo pensar nela, ela me acompanhava internamente e já me fazia sentir medo, pois eu estava vivendo um momento tão sonhado e que estava sendo maravilhoso, era óbvio que o término disto me provocaria mudanças e sentimentos desconhecidos (ou nem tanto).
Explicando melhor...
Sair do interior de Vera Cruz, uma cidadezinha no interior do Rio Grande do Sul (que por si só já é considerado longe pra caramba do restante do Brasil) para uma cidade capital, Lisboa, é, no mínimo, uma mudança radical, brusca, porém que a mim não gerou um choque cultural (comum a muitas pessoas), talvez por eu estar desejando tanto esta mudança e esta experiência.Lisboa é uma cidade apaixonante, nem eu mesmo imaginava que teria momentos tão felizes por lá. Sem dúvida alguma, foi a melhor época da minha vida (até agora!)
Hoje estou em Santa Cruz do Sul, onde moro e estudo. Uma cidadezinha com suas belezas, mas incomparável à Lisboa. Atenção! Não que eu não goste daqui, não me julgue ingrata ou arrogante, a questão é outra... é coisa de encontros, lugares, paixões, pessoas... Me sentia muito mais "eu".
Agora sinto que ainda estou em um período de adaptação. Talvez somente agora, 1 mês depois, estou sentindo a tal DEPRESSÃO PÓS-ERASMUS, onde tudo me lembra e me faz sentir saudade, onde não me sinto pertencente à determinadas posturas e práticas daqui, onde a futilidade é tão mais perceptível, onde a superficialidade predomina as tantas relações... onde o sertanejo universitário insiste em penetrar em meus ouvidos (=P)...
Ah, depressão pós-Erasmus "se faz favor" de sair deste corpo que não te pertence?
(hehe)
Enfim, ela existe e só pode ser minimamente compreendida por quem viveu algo parecido. Para outras pessoas, pode parecer um simples "chororô", ou então, um "nada".
E aí, um dos males... a incompreensão!
*Escrevi este texto no dia 21 de agosto, 1 mês após voltar de Lisboa, do meu intercâmbio acadêmico.
*Eu diria que hoje, 31 de agosto, estou minimamente com o coração mais em paz.
