24 de novembro de 2010

Metades

Hoje pela manhã liguei o computador...
Abri aquelas páginas de sempre: Facebook, Orkut, e-mails... rotineiro!
Atualizações dos amigos... dos familiares... notícias do mundo...
E em meio a tudo isso me deparo com um vídeo de uma música/poema do Oswaldo Montenegro, que sempre me toca muito.


"Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

(...)

Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

(...)

É preciso simplicidade pra fazê-la florescer..."

E isso me fez pensar em minhas metades, que fazem parte e formam minha essência...
Nas metades que amadureceram, transformaram, deixaram de ser... metades mutáveis!

Metades que são dúvidas...
Dúvidas existenciais...dúvidas passageiras.
Metades que são certezas...
Certeza de estar viva e de não querer parar de lutar...e de sonhar!

Metades felizes e metades tristes...
Metades lembranças...
Metades passado, presente e futuro...
Metades eternas...

Metades insubstituíveis!


E nessas idas e vindas de reflexões e pensamentos, queria concluir alguma coisa e percebi que muito mais que metade de mim é inconclusiva! 
Percebi que não gosto de conclusões... não tenho chegado a conclusões... e acho que todas as conclusões são passíveis de serem refutadas.

Assim...sem conclusões, chego ao fim deste post sobre METADES. 



"E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também."

20 de novembro de 2010

Música

Minha paixão por música não é recente... 

A música é algo que me acompanha desde muito pequena, seja nas canções inventadas durante as brincadeiras com bonecas, nas cantigas de roda, nos ensaios do "corinho" da igreja, nas aulas de violão, nas tardes ouvindo rádio e decorando as músicas da moda, nas lágrimas que insistem em cair quando ouço aquela música que lembra aquela situação ou aquela pessoa, nas festas, bares e lugares, rock, pop, samba, sertanejo, eletrônica ou MPB...

A música é essencial para minha existência!

E quando eu falo em música, me refiro a todos tipos e estilos de música.
A música da natureza, os ventos, os pássaros, as águas...que me traz paz e calmaria quando estou em contato com ela...
A música da igreja, que me coloca em contato e em louvor com Deus...
A música da cidade, do mundo...carros, autocarros, trens, buzinas, sirenes...sinal que estou viva, que o mundo não para e eu faço parte dele...
As músicas que compõem a trilha sonora da minha vida... para cada momento, uma música. 

Eu sou eclética...gosto de todas as músicas, cada uma no seu devido tempo.

MPB me faz sentir orgulhosa do meu Brasil... dos compositores e das belezas por eles criadas.
Samba e axé... que traduz a alegria dos brasileiros.
Forró e pagode para dançar juntinho.
Gaúcha para me emocionar da minha tradição rio-grandense.
Chorinho...ahhh, o chorinho! Que eu descobri aqui em Lisboa e que é incrivelmente brasileiro-mundial!
Sertanejo (universitário!?) para lembrar... relembrar... cantar... (lembrar da West!)
Rock e pop... sempre bom! 
Funk... para perceber o que fazem com a imagem da mulher e o quanto aceitamos isso.
Fado... tipicamente português!
Internacional... para treinar o inglês! ^^


Alguém que também pode falar de música é a Camila. Afinal, nossa viagem tem sido totalmente musicalizada.
Temos trilha sonora para tudo...
Para ir até o metro...
Para relembrar dos tempos de adolescentes...
Para traduzir nosso sentimentos do momento...
Para rir...
Nas caminhadas turísticas...
Nos dias e noites...



"chuva no telhado, vento no portão, e eu aqui nesta solidão..."
(sertanejo melancólico, favorito da Camila)

"olha que coisa mais linda, mais cheia de graça..."
(nós mesmas!)

"Soy loca con mi tigre, loca, loca, loca!"
(preparação para o show da Shakira)

"deixa a doideira bater, pra nunca mais te esquecer, deixa a maré nos levar..."
(praia!)

"menina estás a janela com o seu cabelo à lua..."
(música portuguesa preferida)

"karma karma karma chameleon"
(para descontrair)

"não vou negar você é meu doce mel"
(sempre apaixonadas!)

"São Jorge, por favor, me empresta o dragão"
(para nos proteger dos perigos da cidade desconhecida)

"tô com saudade de você [...] e eu sinto a falta de você"
(para toda a saudade e todos os 'vocês' que estão no Brasil) 

"tomo um café e um guaraná pra me animar"
(café, indispensável!)

"coisa linda, muito prazer!"
(a todas as pessoas lindas que conhecemos)

"baba baby, baby baba [...] agora eu sou mais eu"
(pois é...)

Podia ficar citando nossas melhores e mais doidas canções que fazem parte da trilha sonora da nossa viagem, mas me limito à estas.

E, para finalizar, cito Nietzsche:
"Sem música, a vida seria um erro."

16 de novembro de 2010

Lisboa de mil amores...


"São tantos os caminhos e os dias
Tantos como a saudade que se tem
Talvez um sabor leve de maresia
Talvez lembrança do sabor de alguém

Ai Lisboa, estendida sobre o rio
Ai, Lisboa de mil amores perdidos
Só de quem puder sentir
Que há um mar em ti escondido..."

(Mafalda Veiga)



Dedicado à bela Lisboa de mil amores... às lembranças... e ao sabor de alguém!

14 de novembro de 2010

Sensações...



"Afinal de contas
O que nos trouxe até aqui, medo ou coragem?
Talvez nenhum dos dois
Sopra o vento da paz pela praça
E já foi... já foi
Por acaso eu fui à luta... eu quis pagar pra ver"
(Engenheiros do Hawaii)



Sensações...

Nestes últimos dois meses longe de casa tenho vivido as mais diferentes sensações...

Aquele "aperto no peito", quando embarquei no avião para vir à Lisboa...e deixei para trás meu mundo para descobrir O mundo.

"Aperto no peito" que também traduz a SAUDADE, quando ela bate no almoço de domingo, em que desejo tanto o churrasco feito por meu pai...ou então nas noites de bar e balada em que certamente a presença dos meus amigos de lá faria a total diferença... naquelas horinhas em que só a presença materna e fraterna seria capaz de amenizar a nostalgia e a tristeza (momentânea, ressalto!).

A sensação de estranhamento, de surpresa e admiração que cada lugar novo que eu conheço provoca.
Chegar em Lisboa a dois meses atrás e não saber usar o metro, o autocarro, pedir "meia de leite" ou "abatanado" e agora isso ser absolutamente normal... Ir ao Porto e a Madrid e me sentir completamente perdida e com a mesma sensação de dois meses atrás... "não pertenço a este lugar!"... e, ao mesmo tempo, sentir uma alegria imensa ao ver os lugares mais belos, o ar europeu, o frio, os pontos turísticos até então vistos apenas na televisão ou na internet e que, antes, tão distantes, agora estão à frente dos meus olhos.

"O friozinho na barriga" provocado por uma situação qualquer cheia de expectativas...seja uma viagem, a ida a um bar, a apresentação em sala de aula, o desejo de estar com alguém, a necessidade de olhar aquela pessoa que tanto se quer, a imaginação que muitas vezes é f*** e está longe, sonhando, querendo, beijando... aquela sensação de nervosismo e ansiedade que eu explicito melhor como "BORBOLETAS NA BARRIGA".


A simples e, ao mesmo tempo, complexa sensação da DÚVIDA, que constantemente passeia pela minha cabeça: "será que fiz certo? Será que este era o momento? Será que ele mentiu? Será que ele pensa em mim? Como será quando eu voltar? Vou voltar? Vou conseguir?" Minha sorte é que o Aristóteles já dizia que a dúvida é o princípio da sabedoria, hehe.


Mas se eu tivesse que traduzir todos as sensações e sentimentos em um só, eu diria FELICIDADE. Aquela felicidade construída e buscada diariamente, quando realizo um desejo, como uma delícia portuguesa, cozinho uma comidinha caseira, bebo um vinho barato com minha amiga e companhia de aventura Camila, quando conheço um lugar novo ou volto a apreciar um lugar conhecido com outro olhar e vejo as fotos maravilhosas depois, quando não consigo segurar a risada/sorriso/gargalhada que determinada situação proporciona, quando preciso comentar "olha que gato, Camilaaaa!" e ela simplesmente me repreende e rimos, só rimos!
A felicidade das pequenas coisas...daquelas que só se percebe o quanto nos faz feliz quando não temos ao nosso lado nossos maiores motivos de felicidade, que são nossos amores, amigos e famílias... daí passamos a dar valor a coisas mais simples, do cotidiano.
Felicidade de realizar um sonho! Um sonho compartilhado pelas pessoas queridas da minha vida.

1 de novembro de 2010

Desapego...sim ou não?

Não sei...tenho me deparado ultimamente com essa dúvida acerca da afirmação que constantemente vejo por aí: "pratique o desapego!"


Por que não se apegar?
Sei que, talvez eu, muitas vezes, me apego demais às coisas, às pessoas, à situações, à palavras ditas, à promessas, à sonhos...mas não acho isso ruim. Muito pelo contrário, se for um apego saudável, como o apego seguro do Bowlby (óh eu psicologizando!) só tende a nos fazer bem. É tão bom se apegar à pessoas que também se apegam a nós...e saber que há uma preocupação e um desejo de felicidade mútuos, e aqui nem falo em relacionamentos amorosos, mas de relacionamentos entre pessoas, amigos, seres com sentimentos e abertos ao novo, abertos para se apegarem.
Simplesmente se apegar!
Se apegar à bons momentos, à recordações felizes, às belezas naturais, aos desejos incessantes, À VIDA!


Eu sou apegada à vida e à tudo que nela há.


Sofro quando por um motivo ou outro preciso me desapegar. Me desapegar à pessoas, mais ainda. Pessoas à quem abri minha vida e dei o direito de me conhecer, me tocar sentimentalmente... penso quem não devemos deixar alguém se apegar a nós se não temos a pretensão se cultivar um apego este saudável e seguro que citei.
E isso eu falo em razão de algumas situações e pessoas que vejo/observo/percebo aqui onde estou. Sinceramente, sinto que muitas pessoas aqui são tão desapegadas que dá até dó. Desapegadas à sentimentos, às pessoas, ao outro...não se importam que determinada atitude pode não ser tão adequada à situação, que alguém pode estar incomodado ou sensível e que, sim, tem pessoas que se importam, que sentem, que amam, que desejam...


Me parece que o desapego esta a um triz da falta de sentimentos.


Isto é minha sincera opinião, discorde se quiser...com todo o direito!


(Exposição "Os Gêmeos" - Centro Cultural de Belém)

Um abraço à todos, com todo o meu sincero apego.